10/09/2008

PIANOLA COSTUREIRA

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BOM SENSO NAS LETRAS DE MÚSICA

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O BALAIO SONORO

Nos momentos ociosos, onde eu trabalho, me pego cantarolando algumas músicas, geralmente as que gosto de escutar em casa, as minhas preferidas. Ou às vezes, aquelas músicas que ficam na cabeça, depois de ouvirmos numa rádio qualquer ou quando estamos andando pela rua e escutamos a musica, que gruda em nossa mente e rapidamente se transporta para a ponta de nossa língua, daí em diante, são horas do dia, como uma coisa que se torna chata, nós cantamos a todo o momento, mesmo sem gostar. Foi no trabalho, em um desses momentos, que eu e mais dois colegas iniciamos uma discussão sobre música. A questão foi levantada após eu cantar uma música do estilo “arrocha”, do cantor Tayrone Cigano, conhecido como cantor de música “brega”. Eles disseram que esse tipo de música não tinha qualidade e como é que eu, que tenho como banda favorita “Los Hermanos”, (uma banda com letras e harmonias consideradas de boa qualidade) escutava arrocha, seresta, forró e etc. Então, me veio a curiosidade de classificar o meu gosto musical, pois, quase todo estilo me chama atenção de alguma forma e não percebo em mim grandes aversões a determinado gênero de musica. E por ai, dependendo da pessoa, há até preconceito em relação ao estilo musical, que dizem, por exemplo: “Esta música é de favelado; Está música é de pobre; Esta música é de negro; Esta música é de vagabundo”. Mas, em relação ao seu próprio estilo de música dizem: “Esta é que é música de verdade, de qualidade. Eu, sim, tenho bom gosto, sou uma pessoa culta”. Mas será verdade que se dá pra se medir o nível cultural e de conhecimento de uma pessoa através da música que a pessoa ouve?
Vamos admitir que há músicas de massas e músicas para públicos distintos, as músicas de massa ou as populares muitas vezes são classificadas como músicas da cultura baixa, ou seja, daquela cultura que aparentemente tem menos escolaridade, o povão, mas é esse povão que sofre mais as indiferenças sociais e justamente por causa das poucas oportunidades da vida, tem uma vivência mais batalhada, uma vida suada e assim, muitas vezes, dá mais valor ao que tem, ao que consegue e encontra num ritmo alegre e dançante, com letras descontraídas como um viés para esquecer um pouco de seus problemas, que os atormentam grande parte das suas vidas. Ou o nordestino, bem interiorano, que em suas melodias defende a natureza, conta as histórias do sertanejo que sonha com o verde em sua plantação e com o amor de infância, em que ele brincava debaixo do pé de manga com a menininha filha do fazendeiro, com o canto do sabiá e o som da viola e a vida que ele deixou para trás para conseguir algo melhor na capital.
É claro que deve existir bom senso nas letras na questão moral, mesmo numa geração mais aberta, com assuntos, por exemplo, o sexo. A partir do momento que se vulgariza ao excesso com letras que não têm nenhum respeito moral a quem pode estar escutando determinada música, extrapolando o nível de desrespeito ao indivíduo, seja mulher ou homem, criança ou idoso, perde-se o sentido, de expressar alegria, tristeza, dor, revolta de modo que as pessoas entendam o que autor quer passar, através da arte, que é a música.
Se cultura é um conjunto de atitudes e comportamentos que caracterizam certa mentalidade, de experiências e realizações (entre elas produções artísticas), qualquer forma de expressão, então não existe pessoa inculta, de uma forma ou de outra, a pessoa tem uma experiência de vida e uma forma de se expressar, então, em uma música existe cultura, agora se esta cultura agrada ou atinge um patamar de atração no receptor, já é outra história.
É claro que é brilhante a forma como alguns artistas intelectuais inserem frases sublimes em suas músicas, pensamentos fabulosos, fazem e desfazem frases, palavras e verbos. Mas também é brilhante, até engraçado, como outros conseguem com poucas palavras, elaborarem músicas que fazem tanto sucesso, mas é claro, às vezes apelativas, que pouco tempo depois, já sairam da mídia, sendo substituído por outro sucesso popular.
Muitas pessoas são de momentos, como eu também, que dependendo do estado mental e até físico, tem um estilo de música. Por exemplo, quando estou naquela fase, apaixonado, sonhando com aquela dona, escuto um som tipo: românticas internacionais, ou Fábio Jr., Marisa Monte, Danni Carlos, etc. Mas quando estou desiludido, largado, terminado, sem medir, ouço um som sertanejo, a velha e eficiente música de Tayrone Cigano, Eduardo Costa e outros que muita gente nunca ouviu falar, mas que eu gosto, principalmente acompanhado por uma cervejinha e uns amigos consolando. Tem o momento alegre, quando tudo parece estar dando certo, aí chego em casa e solto o som de uma banda pop, como Jota Quest, Paralamas do Sucesso, Skank, Engenheiros; ou um Hip Hop, um reggae maneiro e por ai vai. Mas tem aqueles sons que é pau para toda a obra, para todos os momentos: Los Hermanos, Red Hot Chilli Pepers, Guns’n Roses, Legião Urbana, Zezé di Camargo e Luciano, etc. Pois é, quem vê não entende, acho que a palavra “eclético” para o meu gosto musical é rasa, é mais interessante chamá-lo de “balaio sonoro”, sim, sons totalmente heterogêneos, que eu escuto como se fossem uma seqüência, mas que na verdade, é a trilha sonora de minha vida, demonstrando altos e baixos, momentos e acontecimentos distintos, que aliados à música formam um filme com várias histórias, ou uma novela, quando a gente escuta a música, já se sabe as circunstâncias e os personagens envolvidos.

GENTILEZA POR AÍ

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AVENIDA SETE DE SETEMBRO

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